sexta-feira, 11 de junho de 2010

RANDEVU

meu caro poeta
das noites em claro
do vão da sarjeta
dos dias de luto
teu faro decida
se sirvo ou se paro
mas lembra que a vida
não vale o minuto

não sejam as moças
lá muito pudicas
e nem pouca vod-
ka dica de irmão
do fundo da fossa
não passas: quem fica
de toca não pode
cantar meu baião

ó santo poeta
sem rastro e sem manto
sem mastro nem meta
mas só solidão
enquanto o deserto
não seca este pranto
te tenho por perto
te deito nas mãos

não sejam os laços
porém tua casa
a vodka é tanta
que pode calar
os tempos escassos
e até te dar asas
o triste acalanto
insiste em me achar

poeta melhor
que mude o assunto
e seja mais só
que tu e eu juntos
mais baixo calão
nesse randevu
não há meu irmão
do que eu ou tu

letra fred sommer & caio sóh música fred sommer

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