não jogue fora o seu amor
dentro de vagas lembranças
não desperdice o coração
o que lhe pesa a balança?
não brigue por qualquer bobagem
e aprenda a cair na dança
a vida é curta para ser pequena
a alma é longa, não cabe ser triste
se assim parece então quem sabe apenas
é para lembrar que a tristeza existe
e quando lhe faltar a paciência
vá e invente um novo passo
e deixe o tempo desatar o laço
o que lhe prende à própria ausência?
mas nunca perca a esperança
e nunca deixe de dançar a dança
a vida é curta para ser pequena
a alma é longa, não cabe ser triste
se assim parece, então, quem sabe apenas
é para lembrar que a tristeza existe
letra fred sommer música fred sommer e renato alves
terça-feira, 25 de outubro de 2011
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
lá no fundo, nos cafundós
onde Judas eu me perdi
qual Deus me indispus em vão
lá no fim dos confins, na cruz
inda muda a razão ouvi
quem deu, pois, à voz vazão
ao Tejo que jaz fiz jus
não chega o próprio sertão
um cortejo rumo ao jamais
sigo às cegas meu coração
não invejo quem navega em paz
perdão, eu quero mais
do céu quero a imensidão
o que há por trás do véu
por trás do vão
além anos luz
do mesmo cais
hei de me ver então
ali no breu
tremeluzir a olhos nus
letra fred sommer música aureo gandur
onde Judas eu me perdi
qual Deus me indispus em vão
lá no fim dos confins, na cruz
inda muda a razão ouvi
quem deu, pois, à voz vazão
ao Tejo que jaz fiz jus
não chega o próprio sertão
um cortejo rumo ao jamais
sigo às cegas meu coração
não invejo quem navega em paz
perdão, eu quero mais
do céu quero a imensidão
o que há por trás do véu
por trás do vão
além anos luz
do mesmo cais
hei de me ver então
ali no breu
tremeluzir a olhos nus
letra fred sommer música aureo gandur
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
WANTED
para Dado Dolabella
Mea Culpa? A culpa é minha
máxima, a culpa ninguém
me compra por um vintém
nem por saco de farinha.
Vendo a culpa da vizinha,
que, enfim, é minha também -
o marido é que não tem
culpa da mulher que tinha,
coitado. E nesse vaivém
quem sua e joga na linha
quase não tem culpa nem
remorso de nada. Vinhas
da ira... Conheço bem,
meu bem, sim. Santinha é quem
leva pedrada na espinha,
não quem abaixa a calcinha
à toa, sem mais nem porém.
Frango entre as pernas, galinha,
tudo quanto me convém,
quem sua e joga na linha
não sabe o que é. E além
do mais, sou meio murrinha,
sou. Perdão, a culpa é minha,
já não posso viver sem.
Polêmico? Quem sou eu...
Mesmo passados os panos
quentes sobre esses trint'anos,
quanto sangue não correu...
Lavou-se em público roupa
privada, suja da sopa
que não foi meu apogeu,
e quando caído o queixo
frente ao meu próprio retrato
ninguém sequer, nenhum trecho,
pôs a limpo no papel,
cada pingo, cada prato.
Bem, se cabe a mim fazê-lo,
peço então a voz e a vez
e não pra me sair belo
em foto de paparazzi, ex,
crítico, classe, o diabo.
Pelo contrário. Quero um
a um pôr a mostra o rabo
preso - o meu que tanto prezo
nessa história está ileso.
E acaso não sou comum?
Capaz de num simples gesto,
tipo a flor pra namorada,
me chamarem desonesto.
E admito: uma das duas
foi senão por mim roubada
sob loas, sob luas.
Pudesse dar nomes... Ah!
Foda-se, claro que posso!
Também sou de carne e osso,
já me peguei a chorar
aos soluços, só pensando
nessa ou naquela infeliz
que agora era de um malandro
mais malandro. Tudo atriz!
E mesmo quando não é,
quando é modelo, cantora,
seja o que for a mulher,
no íntimo, é uma senhora
atriz. Daí que sou menino,
sou comum - o que é polêmico.
E depois, eu, de acadêmico
nunca posei, sou Portela!
Então, por que é que o destino
em figurino de donzela
insiste em passar lição
a quem, aqui entre nós,
é surdo da própria voz
se o caso é de dizer não
à tentação de uma saia?
Me diz! Por essas e tantas
outras deve ser que a santa
lá de cima hoje me vaia,
feito fosse inquisidor
ateia fogo em meu filme
junto ao Deus Pai Criador,
que nem se fazia com bruxa.
Vai ver, sei lá, é ciúme...
Tive até mais do que Xuxa
e um pouco menos que o "Homem"
a posta-restante farta,
nunca queimei uma carta
nem jamais usei o nome
em vão dum só corno que fosse.
Doida, desafeto, bicha
velha, nada. Não precoce,
porém, me caiu a ficha
do "big boss", o "bang bang",
o “toma lá dá cá”, o meio.
Não sou mocinho, não, véio,
já muit'água sucedeu
o tiroteio. Mas sangue
que é bom, eu aposto o meu:
se inda pulsa algum aqui,
e não é sangue de barata,
que levei bem mais na lata
do que afirmam que bati!
Mea Culpa? A culpa é minha
máxima, a culpa ninguém
me compra por um vintém
nem por saco de farinha.
Vendo a culpa da vizinha,
que, enfim, é minha também -
o marido é que não tem
culpa da mulher que tinha,
coitado. E nesse vaivém
quem sua e joga na linha
quase não tem culpa nem
remorso de nada. Vinhas
da ira... Conheço bem,
meu bem, sim. Santinha é quem
leva pedrada na espinha,
não quem abaixa a calcinha
à toa, sem mais nem porém.
Frango entre as pernas, galinha,
tudo quanto me convém,
quem sua e joga na linha
não sabe o que é. E além
do mais, sou meio murrinha,
sou. Perdão, a culpa é minha,
já não posso viver sem.
Polêmico? Quem sou eu...
Mesmo passados os panos
quentes sobre esses trint'anos,
quanto sangue não correu...
Lavou-se em público roupa
privada, suja da sopa
que não foi meu apogeu,
e quando caído o queixo
frente ao meu próprio retrato
ninguém sequer, nenhum trecho,
pôs a limpo no papel,
cada pingo, cada prato.
Bem, se cabe a mim fazê-lo,
peço então a voz e a vez
e não pra me sair belo
em foto de paparazzi, ex,
crítico, classe, o diabo.
Pelo contrário. Quero um
a um pôr a mostra o rabo
preso - o meu que tanto prezo
nessa história está ileso.
E acaso não sou comum?
Capaz de num simples gesto,
tipo a flor pra namorada,
me chamarem desonesto.
E admito: uma das duas
foi senão por mim roubada
sob loas, sob luas.
Pudesse dar nomes... Ah!
Foda-se, claro que posso!
Também sou de carne e osso,
já me peguei a chorar
aos soluços, só pensando
nessa ou naquela infeliz
que agora era de um malandro
mais malandro. Tudo atriz!
E mesmo quando não é,
quando é modelo, cantora,
seja o que for a mulher,
no íntimo, é uma senhora
atriz. Daí que sou menino,
sou comum - o que é polêmico.
E depois, eu, de acadêmico
nunca posei, sou Portela!
Então, por que é que o destino
em figurino de donzela
insiste em passar lição
a quem, aqui entre nós,
é surdo da própria voz
se o caso é de dizer não
à tentação de uma saia?
Me diz! Por essas e tantas
outras deve ser que a santa
lá de cima hoje me vaia,
feito fosse inquisidor
ateia fogo em meu filme
junto ao Deus Pai Criador,
que nem se fazia com bruxa.
Vai ver, sei lá, é ciúme...
Tive até mais do que Xuxa
e um pouco menos que o "Homem"
a posta-restante farta,
nunca queimei uma carta
nem jamais usei o nome
em vão dum só corno que fosse.
Doida, desafeto, bicha
velha, nada. Não precoce,
porém, me caiu a ficha
do "big boss", o "bang bang",
o “toma lá dá cá”, o meio.
Não sou mocinho, não, véio,
já muit'água sucedeu
o tiroteio. Mas sangue
que é bom, eu aposto o meu:
se inda pulsa algum aqui,
e não é sangue de barata,
que levei bem mais na lata
do que afirmam que bati!
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